terça-feira, 22 de outubro de 2013

Relatório 2 - Visita à Olada

Conforme o previsto em nosso planejamento de trabalho, visitamos a produtora Olada no dia 27 de setembro. Esse relatório abordará nossas impressões sobre essa visita.
Primeiramente imaginávamos que a Olada ficava localizada em um espaço/escritório comercial próprio e exclusivo. Porém fomos surpreendidos logo na chegada em que fomos recepcionados por Gustavo Jardim, que nos explicou que o local é uma casa alugada que abriga, além da Olada, outras produtoras e que também é um ponto de encontro de alguns grupos de pesquisa que estudam e discutem as práticas audiovisuais.
A história desse local começou com o desejo de Gustavo em manter-se ligado à casa onde seu avô morava. Após a venda da casa, Gustavo alugou o imóvel. Atualmente o espaço abriga outras produtoras, dentre elas a Olada, e o Coletivo Do Rolo, o qual Gustavo é membro.
Sendo assim, para descrevermos a nossa impressão sobre a Olada é impossível não descrever esse ambiente colaborativo. O ambiente nos pareceu agradável pelo fato de ser uma casa confortável que sugere um aspecto familiar, descontraído e informal. Propicia a troca de ideias e experiências, o que parece contribuir para o exercício da criatividade.
Sala de reunião (Foto: Celton Oliveira)


A Olada está situada em um cômodo desse local há cerca de um ano e pela nossa conversa com Mariana Andrade, uma das integrantes e idealizadoras da produtora, a intenção é continuar ali por um bom tempo, até o espaço não suportar mais as atividades da produtora.
A ideia nasceu da iniciativa de três estudantes do curso de Comunicação da UFMG, que desde o início já se interessavam pela área audiovisual. Eram eles: Mariana Andrade (Jornalismo), Lucas Campolina (Rádio/TV) e Pedro Hilário (Jornalismo). Os três começaram a sempre se juntar para a realização dos trabalhos acadêmicos e escolhiam matérias com a temática voltada para o audiovisual. A partir dessas experiências em conjunto a ideia de montar uma produtora começou a “brotar” nas mentes do trio. Após a realização de um trabalho que fizeram para a UFMG, tiveram a certeza que era com isso mesmo que queriam trabalhar. O trabalho obteve boa aceitação e gerou indicações para outros projetos. Dessa forma, utilizaram a estratégia de abrir uma conta bancária com intuito de economizar recursos para abrir uma produtora.
Após a formatura a produtora foi fundada e os primeiros trabalhos foram realizados. Mariana comentou que a ideia de abrir uma produtora era interessante, pois não necessitava de uma grande quantia de dinheiro (em comparação com outros empreendimentos) para sua fomentação, sendo que o retorno desse investimento é relativamente rápido.  Isso pode ser entendido, pois mesmo com uma estrutura simples (porém arrojada), a produtora consegue realizar projetos de médio porte com alta qualidade.

Mariana Andrade (Foto: Celton Oliveira)
Durante a conversa, Mariana começou a exemplificar alguns projetos realizados pela produtora. Ela comentou inicialmente que normalmente a Olada busca trabalhar de maneira diferenciada e que possa ser destaque no mercado demonstrando ousadia frente ao trabalho de outras produtoras já tradicionais. Ela também ressaltou que neste universo de produção audiovisual, o mais importante é manter contatos que possam render trabalhos, pois a maior parte da demanda ainda acontece a partir de indicações e não através da busca no site. Para eles, estes contatos começaram a acontecer ainda na faculdade, quando realizaram projetos com professores ou em estágios. Assim, além de adquirirem portfólio, pessoas da área passaram a conhecê-los.
Sobre os projetos realizados pela produtora, Mariana ressalta que os projetos diferenciados sempre foram o foco da Olada, mas que o mercado ainda está atrelado ao tradicionalismo da produção audiovisual. Em um dos exemplos Mariana contou que a produtora foi escolhida para fazer uma campanha sobre saúde pública. Na primeira conversa, os idealizadores do projeto pediram que o vídeo fosse realizado de maneira diferente e que fugisse do comum e, assim foi feito. O projeto, que foi aprovado por várias instâncias, foi barrado no final pelo idealizador da campanha. O vídeo final acabou não saindo do tradicional. Dessa forma, Mariana conclui que o mercado ainda se apega ao convencional e isso é um desafio para a nova geração de produtoras que buscam ampliar seu campo de trabalho. “É muito difícil ser original”, ressalta ela.

(Foto: Reprodução)


Mariana também falou que ao fazer um projeto, todos da produtora precisam concordar com a ideia, pois, mesmo sendo um projeto promissor e que possa oferecer grande verba, isso pode não condizer com a forma de pensamento dos membros. Mariana contou que certa vez um político demandou um projeto de valor tentador, mas a equipe preferiu não produzir por não concordar com suas ideias e preferiu ajudar no projeto do político de oposição. Mariana completa dizendo que realizadores de campanhas políticas costumam pagar bem para as produções desses projetos.

Com isso o grupo pode conhecer o trabalho realizado pela Olada.  Conseguimos ver de perto os desafios das novas produtoras que buscam ganhar relevância no mercado com uma visão diferenciada e que busca sair do tradicional.

 GALERIA

Sala de reunião (Foto:  Celton Oliveira)

Mariana Andrade (Foto: Celton Oliveira)

Sala de edição (Foto: Celton Oliveira)

Mariana Andrade (Foto: Celton Oliveira)

Sala de reunião (Foto: Celton Oliveira)


Mariana mostrando alguns projetos (Foto: Bárbara Prado)

9 comentários:

  1. Nossa, acho que esse post foi dos mais legais e produtivos de Projetos B2 até agora!
    Super informativo e muito interessante! A área de vídeos não é lá minha favorita, mas conhecer alguns detalhes da produção é sempre bom!
    Acho que em alguns momentos do curso a gente acaba perdendo um pouco o "brilho no olho" sobre o que nos propusemos a fazer, e muito por conta do viés mercadológico mesmo. Mas ver histórias dessas, de gente que saiu do mesmo lugar que você, foi para o mercado profissional e ainda consegue se manter fiel a seus princípios é encorajador.
    Eu, que não sou desse meio, nunca tinha ouvido falar da Olada, o que deve ser um sintoma disso mesmo que a Mariana falou, sobre o negócio funcionar muito a base de indicações.
    Gostei demais mesmo, gente! Parabéns!

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  4. Super bacana o post! Legal saber desse espaço compartilhado e que parece estar dando muito certo. Essa é a segunda produtora audiovisual que possui como fundadores alunos da UFMG, que eu escuto ter se negado a fazer um vídeo para um político. O outro foi "Coletivo Imaginário", mas no caso desse grupo eles não fazem nenhum vídeo ou campanha para político algum, seja que eles apoiem ou não - pelo menos até o ano passado.

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  5. Sabe uma coisa que eu tenho muita curiosidade?
    Saber quanto ($) é o investimento inicial médio pra se abrir uma produtora.

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  6. Que legal, gente! Tenho a impressão de que essa prática de montar produtoras, agencias e etc é bem comum por aqui. Legal também ver pessoas que saíram da Comunicação da UFMG e estão tendo sucesso no mercado de trabalho. Achei muito importante vocês terem visitado o lugar pessoalmente, deu pra passar uma descrição bem detalhada de como é o ambiente. Parabéns pela postagem!

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  7. otimo post, gente! Também não conhecia a Olada e só pelo relato de vocês já adorei a produtora. Como os meninos disseram aí acima, é muito bom saber que tem gente que saiu do mesmo lugar que nós e conseguiu levar em frente seus projetos. Gostei muito do trajeto desse projeto justamente pelas visitas. É inegável o tanto que um tempinho desses profissionais acrescenta tanto na nossa vida. Parabéns!

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  8. Achei super legal o ambiente da Olada e gostei de ver que vocês visitaram o local. Ler sobre o mercado do audiovisual da "boca" de quem já está no mercado foi algo bem interessante que vocês fizeram. Uma dica para o próximo post é vocês comentarem mais o que acharam disso tudo, de tudo o que ela falou etc.

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  9. Olás gentes!
    Não sei o que vocês pretendem para o post final, mas se pudessem exemplificar mais trabalhos feitos por eles e até outros desafios que não sejam receber uma proposta na qual não concordam com a ideia ou serem "obrigados" a fazerem mais do mesmo, pq no fim das contas é o que é escolhido......enfim....até o proximo!

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