quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Relatório #1 - Tv on-line - O porquê da televisão na internet

A Tv Folha é uma dos vários canais audiovisuais criados por jornais impressos, mas não é o único nem o primeiro. Neste trabalho, ainda veremos mais um pouco sobre a TV online do Jornal O Tempo e do Zero Hora. O intuito desse tipo de vertente jornalística é se autopromover e, claro, aumentar o alcance de suas mídias. Também é uma forma de fortalecer sua marca, além de garantir uma maior veiculação de propagandas de seus anunciantes.

Sobre a Tv Folha:

Criada em 2011, é uma extensão audiovisual do Jornal Folha de S. Paulo veiculada no portal online do periódico e também na TV Cultura, canal televisivo fechado, aos domingos, às 20h. Seus carros chefes são os editoriais Mundo e Cotidiano, que tratam dos assuntos de maior relevância e amplitude.

As páginas de direcionamento dos vídeos são acompanhadas de uma pequena introdução ao assunto, visando dar um panorama geral do que vai ser tratado. Em geral, as matérias são extensões de notícias veiculadas no site e jornal impresso e têm caráter de curiosidade, sendo narrativas mais diretas que aproximam o público.



Os vídeos são curtos, geralmente não ultrapassam três minutos, e a linguagem é simples comparada à da Tv convencional. Isso se deve à necessidade de produzir uma mídia que será consumida rapidamente, o que faz com que ela tenha o máximo de aspectos que sejam compreensíveis ao maior número de pessoas.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A guerra vista de dentro - Retratos do conflito por uma fotógrafa iraniana [#1]

Nil, Nil (2008)


Mundo arábe: História milenar de formação multi-cultural

Quando aproximamos nossas lentes do mundo arábe, alguns contornos nos saltam aos olhos. Antes de tudo, tratam-se de tradições antiquíssimas de formação multicultural, fruto tanto de intenso comércio como de disputas políticas que variavam o domínio de território por determinado povo. O Irã, por exemplo, nem sempre foi território muçulmano e muito menos, ortodoxo. O território em que hoje é o Irã já foi ocupado pela civilização elemita, sendo posteriormente substituído pelo Império Persa Aquemênida, depois passando por um período de dominação grega, e assim por diante.

Se o Império Persa tem início no século VI antes de Cristo, é só por meados do século VI depois de Cristo, ou seja, mais de mil anos depois, que o território, sob domínio arábe, se converte ao Islã. O arábe então vira a língua oficial, iniciam-se a construção das mesquitas e o zoroastrismo, popular religião da época, passa a ser perseguido.

Como o Irã, cada país arábe carrega em suas história períodos de diferentes práticas culturais e configurações políticas. Por mais que o fundamentalismo islâmico atual remeta à escritos remotos, a estrutura social de tais países é fluida, e não fixa e imutável.

O Irã é um país com uma história tradicionalmente liberal e progressista em relação às mulheres. Investigações arqueológicas mostram que nos tempos pré-Islâmicos as mulheres persas tinham direitos propriatoriais e que muitas chegavam a posições elevadas na sociedade, no governo e inclusive no exército. A adoção do Islã mudou significamente este status quo, mas ainda assim, o século XX viu as mulheres a conquistarem poder de voto, direitos iguais na educação e no trabalho e até a controversa abolição do véu, uma situação diametralmente oposta a que se vive hoje em dia e que na altura dividiu a opinião pública. No entanto, com a revolução e a criação da Republica Islâmica assim como a adoção da lei Sharia, várias restrições foram novamente impostas.



De 1979 pra cá: A situação atual da mulher iraniana pós-Revolução Islâmica

Nil, Nil (2008)


Obedecendo à Sharia (o código de leis islâmicas, que rege o país), o governo iraniano força a segregação por sexo na maior parte dos locais públicos. Teerã também consente com a violência rotineira contra as mulheres. Os chamados “crimes de honra” – o assassinato de mulheres por supostas ofensas sexuais e matrimoniais, geralmente por seus próprios parentes, alegando que a “ofensa” trouxe “desonra” à família – são maneiras freqüentes de castigo público para as mulheres iranianas. Sob o código penal iraniano, meninas de até nove anos de idade podem ser executadas por enforcamento ou apedrejamento pelos chamados “crimes de moralidade”, como adultério.

Apesar das mulheres terem certos direitos como poderem votar e ter cargos públicos, elas têm sido, especialmente desde a Revolução Iraniana, relegadas à um segundo plano. Dentre outras áreas, as mulheres são discriminadas pela lei e sociedade iraniana das seguintes maneiras: só homens podem pedir o divórcio; a mulher não tem direito à pensão e nem à guarda dos filhos; o testemunho de uma mulher em juízo vale metade do que o testemunho de um homem; a mulher tem direito à metade de uma herança que seus irmãos recebem; a maioridade penal feminina começa aos 9, a masculina, aos 15; a mulher precisa da permissão de seu marido para trabalhar fora ou deixar o país; as mulheres raramente são promovidas a altos cargos, e apesar de seu alto índice de educação, elas perfazem apenas 14% do número de funcionários públicos.

As restrições às mulheres iranianas também se aplicam a seu modo de vestir. Todas as mulheres, inclusive as visitantes estrangeiras devem usar um véu. As autoridades iranianas preferem que as mulheres iranianas usem um chador, que é uma roupa que cobre todo o corpo, ou uma combinação de uma proteção total da cabeça, conhecida como hijab, e um longo casaco chamado manto. Depois da eleição do Presidente Khatami, eleito em 1997, a obrigatoriedade desse código de vestimenta tornou-se lei, e desde a eleição do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, em agosto de 2005, este código tem sido executado rigorosamente e quem não o cumpre pode ser preso.

Em 2007, sob o governo fundamentalista de Ahmadinejad, em dois dias a polícia e o exército iranianos prenderam cerca de 300 mulheres por roupas inapropriadas e deram um ultimato a cerca de 3.500. A ordem da polícia era deter as iranianas que se vestiam ao "estilo ocidental" ou que não usam o véu islâmico obrigatório no país. Enfim, estava proibido o uso de calças curtas ou saias justas e curtas, assim como os lenços pequenos que deixassem de fora parte do cabelo da mulher.

É claro que essa situação não é aceita passivamente pela totalidade das mulheres iranianas e que há organizações e movimentos de resistência, mas isso será melhor trabalhado no próximo post.


Análise das séries de Shadi Ghadirian que remetem à guerra e situação política do Irã

A fotógrafa Shadi Ghadirian é casada com o também fotógrafo e escritor Peyman Hooshmandzadeh. É curioso observar os contrastes entre o trabalhos dos dois. Enquanto Shadi fotografa ambientes internos, domésticos - o universo das mulheres; Peyman prima pelo externo, pela rua - o domínio dos homens.

Da mesma forma, é pela ótica do doméstico que Shadi retrata a guerra, realidade familiar para Shadi desde a primeira infância.

Em entrevista à ativista indiana Ruchira Gupta, Ghadirian afirma que o que mais a impactara durante a vida foi a guerra: 'Guerra, nós vivemos a guerra, nossos vizinhos vivem a guerra, e já se fala a respeito de uma nova guerra. Eu cresci durante os anos de guerra com o Iraque. Perdi familiares e amigos. A futilidade da guerra será algo que eu sempre me esforçarei em pontuar e destacar.'

É isso que fica claro na série 'Nil, Nil', de 2008. As fotos, que mesclam elementos cotidianos como lenços, mesa de chá e brinquedos infantis à capacetes militares, balas e máscaras de gás, remontam à penetração da guerra na vida cotidiana e sua banalização e naturalização. A guerra está enraizada no cotidiano. Os objetos de guerra estão tão bem inseridos no cenário que dão a impressão que são parte natural do ambiente. Ao mesmo tempo, na medida em que trabalha com objetos de luxo, como um sapato alto vermelho (junto a um coturno), uma fina carteira de cigarros ou uma fina bolsa de mão (junto a balas) Shadi atenta para a futilidade da guerra e critica o dispêndio excessivo das investidas militares.
Nil, Nil (2008)


'White Square', de 2009, vai pelo mesmo caminho. Nessa série Shadi fotograva em fundo branco objetos de uso militar (tais como coturno, capacete, cantil, cinto de armamentos) que decora com uma fita vermelha. Existe uma intenção de contrapor a delicadeza e/ou fragilidade do mundo feminino à brutalidade e grandeza da guerra. Ao retirar esses elementos de seu contexto original, a artista parece ter a intenção de dar delicadeza à objetos que são agressivos e usados de forma brutal, dando-lhes uma nova visibilidade. Uma outra interpretação levou-nos a perceber os objetos envoltos em fita vermelha como presentes irônicos, presentes às avessas. No momento em que Shadi insere lacinhos vermelhos à capacetes de guerra e granadas, ela remonta mais uma vez ao caráter fútil, vaidoso e gratuito da guerra.

White Square, 2009



Dentre as séries que analisaremos nesse post, 'My Press Photo', de 1999, é a mais enigmática. A série é composta de velhas fotografias 3x4 de militares iranianos sobrepostas à fotos de agências de notícias. As fotos-base revelam situações diversas, desde retratos da cantora Bjork, a cenas de campos de refugiados, mendigos, africanos, revolta popular, Madre Tereza de Calcutá e o lutador de boxe americano Muhhamed Ali. Algumas das fotos retratam cenas de violência e terror, mas outras como a da cantora Bjork e da Madre Tereza de Calcutá, alegria e esperança.

My Press Photos (1999)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

"Quem morre não fala mais nada" #1

por Leonardo Ribeiro e Lucas Afonso Sepulveda


Marcelo Pesseghini teria matado os pais, a avó materna e a tia-avó nas primeiras horas do dia 6 de agosto. Após o assassinato, ele teria dirigido até a escola e voltado para casa de carona. O garoto teria se arrependido das mortes e cometeu suicídio.

As informações são do laudo psicológico divulgado pela mídia brasileira no dia 9 de setembro, mais de um mês após a chacina. A análise do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística parecem estar de acordo com a orientação que as investigações do caso tomaram: Marcelo teve um surto psicótico e matou sua família.

Ainda segundo a análise dos institutos, o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini teria ensinado o filho a atirar e a mãe, a sargenta Andréia Regina Bovo Pesseghini, teria sido quem ensinou o garoto a dirigir. Os laudos apontam que Marcelo sofria de uma alteração de pensamento: ele se confundia com um matador de aluguel. A perícia acredita que o "ambiente de banalização da morte" e a "ausência de lei" dentro de casa tenham sido os grandes responsáveis pelo distúrbio do garoto. Aliado à isso, o comportamento de Marcelo ainda seria bastante influenciado pelo jogo de ação Assassin's Creed, que conta a história de um matador de aluguel.

Os documentos ainda tiveram acesso às mensagens e fotografias do tablet e aos cadernos de escola do garoto. Em um exercício de redação, ele escreveu: "Eu gosto de escrever histórias de aventura, onde eu sou o herói."

A análise da perícia foi massivamente divulgada entre os veículos que acompanhavam o caso. Na internet, a circulação se deu em minutos. A  Folha de S. Paulo, inclusive, montou uma galeria virtual com fotografias de partes do laudo psicológico e com as anotações de Marcelo. A página rendeu, em menos de uma semana, mais de 2 mil recomendações no Facebook e foi, no dia da publicação, uma das mais lidas do portal.

No entanto, no início de agosto, nem a Folha, nem o Estado de S. Paulo, seu principal concorrente, tinham acesso às essas informações. Eles estavam apurando em um território estranho, com informações repassadas, incertas e definitivamente inconclusivas.

O primeiro dia de apuração do caso Pesseghini

A Folha furou o Estadão. Às 19h33, o portal publicou “Casal de PMs, filho e outras duas parentes são mortos a tiros em SP”. Na notícia, não há muitos detalhes sobre o acontecimento de fato. A Folha decidiu usar uma imagem que não pertencia à agência de notícias do veículo: um frame de vídeo do programa de TV Cidade Alerta, da Rede Record, que mostra uma foto da família enquanto viva.

No fim do dia, o portal atualizou a notícia antes de publicar uma suíte do acontecimento. Foi adicionada uma galeria com fotos dos militares no local do crime e do atendimento da ambulância do IML. A nova nota [Casa em que PMs foram mortos em SP não tem sinais de troca de tiros], publicada às 23h49 traz mais informações liberadas pela polícia sobre o modo como os militares encontraram os corpos e como a PM soube da ocorrência. A fotografia da família viva, que antes apareceu com a marcação do Cidade Alerta, agora está limpa.

Três minutos antes da segunda notícia da Folha, às 22h45, o Estadão publicou sua primeira e única notícia sobre o acontecimento: “Comandante da PM descarta ação de facção em morte de família de policiais”. O título e o conteúdo da notícia foram atualizados uma hora depois da publicação. Em relação ao que saiu no portal concorrente, o Estadão conseguiu apurar detalhes mais precisos do caso, como a arma calibre .40 encontrada debaixo do corpo de Marcelo e outra, de calibre .32, encontrada pelos militares dentro da mochila do garoto. O portal também noticiou que o carro dos pais assassinados não estava na garagem mas, sim, em frente à escola do filho, e as anotações do caderno da criança mostravam que ela tinha ido à aula pela manhã.

Uma das fontes utilizadas para a redação em ambos os portais foi o “deputado estadual Major Olímpio (PDT)” que, segundo o Estadão, “entrou no local e conversou com os investigadores”. Trata-se de uma fonte extraoficial. Pela construção da reportagem, o major teve acesso à cena do crime, devido ao seu cargo, e pôde conversar com os militares responsáveis pela ocorrência. Assim, ele repassou informações de sua perspectiva aos jornalistas. O uso desse tipo de fonte leva à determinadas discussões sobre o quão válido pode ser a inclusão de uma testemunha que dá publicamente um parecer não oficial. Nesse caso, o enquadramento dado pelo Estadão nos pareceu bastante cuidadoso e responsável.

A notícia termina com uma hipótese, sugerida pelo próprio veículo. O crime poderia ter uma relação com possíveis retaliações de uma organização criminosa de São Bernardo dos Campos para a Polícia Civil e Militar. A reportagem, no entanto, deixa claro que a suposição não havia sido confirmada por ninguém.

O Estado de S. Paulo lidou com as informações do caso de um modo sensível, tentando descrever suas fontes com maior precisão e as circunstâncias com maior profundidade. É provável que o furo perdido para os concorrentes online tenha feito o veículo priorizar o maior detalhamento de informações do que a imediaticidade das mesmas, que parece ter sido uma grande preocupação da Folha de S.Paulo.

O que podemos perceber na comparação entre a apuração feita pelos dois canais no primeiro momento do caso Pesseghini é um conflito de objetivos. A rapidez da divulgação e a complexidade de informações divulgadas são duas orientações que podem ter pesos diferentes para cada veículo, em diferentes momentos.

Relatório #1 - Produtora de vídeos Olada

Nos  dias de  hoje o mercado de produções audiovisuais se mantém em  grande  expansão, e é impossível  se  pensar á comunicação sem  a  utilização dessa potente  ferramenta e suas técnicas. Num  mundo onde onde  qualquer individuo pode  produzir conteúdo audiovisual , desenvolver e  publicá-lo  com  vários  fins, sentimos  a  necessidade de  ir atrás daqueles que  produzem esse conteúdo  de  forma  profissional. Não foi  muito  fácil  escolher uma  empresa  para desenvolver  esse trabalho, mas  também não podemos  dizer  que  foi difícil , o  mercado  atual  nos  apresenta  varias  opções, mais após  um  tempo de  reflexão e visita  a  vários  sites de  produtoras  locais, optamos pela  produtora  “Olada Produção Audiovisual”.

A produtora  apresenta  uma  composição jovem, e  uma  inserção muito bem sucedida  no mercado, a  empresa é  formada por  uma  equipe  composta  por jovens  profissionais. Um dos  pontos  fortes da  produtora  é  á  experimentação da  linguagem audiovisual  voltada  a serviços  de  comunicação, além  do  fato de  se  tratar de  uma  empresa  com sague  e estratégias  novas , os  principais  autores da  produtora  são ex-alunos  da  UFMG  e conhecem o caminho  que  percorremos  agora,  juntando  com os bons  resultados no mercado, tornou-se muito atraente procurar  entender , como essa galera  se  organizou  para ganhar a vida. O portifólio da  “Olada” conta  com um histórico muito  diverso de realizações, os  trabalhos realizados  compreendem  comerciais  publicitários , vídeos  educativos, Documentários e também  cobertura de  eventos, atestando   sua polivalência á produtora possui  uma boa capacidade de  gerar renda, alinhando  criatividade  e sucesso comercial.

O site da produtora é bastante alternativo e foge das convencionais estruturas de sites comuns da internet. Na primeira página é possível ver um pequeno vídeo com trechos de trabalhos realizados pela Olada. Em alguns destes trechos é perceptível a identidade da produtora audiovisual como uma produtora altamente mineira pois, em alguns momentos, o cenário de alguns vídeos é a própria cidade de Belo Horizonte, apresentando pequenas cenas que retratam peças de teatro e imagens de alguns dos principais cartões postais da capital.

Neste site também é possível conhecer o foco da produtora e uma frase em grande destaque mostra que tipo de trabalho é realizado pela Olada: “Somos uma produtora de vídeos que acredita na pesquisa de linguagens, nos processos criativos e em alternativas viáveis de se elaborar conteúdos audiovisuais.”

Com isso fica claro o papel da produtora que busca acima de tudo utilizar alternativas viáveis e criativas para a produção de um conteúdo audiovisual. O site apresenta as áreas de trabalho da  Olada como dito anteriormente. Entre estas áreas estão a Institucional, onde a produtora produz vídeos para a apresentação de empresas. A área de Cobertura, onde a produtora produz conteúdos para a divulgação de eventos, festivais, set de filmagens e ensaios fotográficos. A área de Finalização para trabalhos de pós -produção e a área de Educativos na qual a produção volta-se para conteúdos de ensino a distância e para a proposta de educação interativa.

Nesta página é possível encontrar o portifólio onde são colocados links de produções realizadas pela Olada. Os conteúdos são variáveis e pode ser visto trechos de vídeos das diferentes áreas onde a produtora atua. Os vídeos trazem temáticas recentes e demostram o trabalho de maneira variada sejam elas por meio de vídeos documentais e, em certa, medida cinematográficos.

A partir daí podemos observar que esta maneira alternativa de trabalho, torna a Olada uma produtora aberta a novos desafios e que apresenta conteúdos extremamente variáveis. Em alguns vídeos o internauta consegue acompanhar trabalhos voltados para a política como uma biografia do ex candidato à prefeito de Belo Horizonte, Pedro Patrus.Também é possível ver o trabalho de cobertura de eventos culturais da capital mineira como o “Concurso de marchinhas”. Em muitos vídeos do portifólio virtual o grupo pode observar a importância de eventos artísticos para a produtora que além de fazer trabalhos voltados para grandes eventos de Belo Horizonte, também privilegia pequenos eventos e circuitos culturais de menor visibilidade.

Buscaremos na próxima postagem apresentar um pouco da história da produtora e também apresentar nossas impressões diante do trabalho e da conversa com os idealizadores da Olada.  


Nossas expectativas quanto à continuidade do trabalho são boas, pois quando conseguimos contatar a produtora, a primeira data que poderiam era para próxima sexta-feira (20/09), porém como cairia na mesma data do terceiro encontro presencial, marcamos a visita para a sexta-feira seguinte a essa (27/09). Acreditamos que a partir dessa visita o trabalho fluirá tranquilamente.

Abaixo vídeo com fragmentos de varios produções realizadas pela Olada em 2012:


Olada - Reel 2012 from OLADA on Vimeo.

Relatório #1 Uma organização necessária: Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte


Votação em uma sessão da Assembleia Popular Horizontal em Julho de 2013
 
 
A Assembleia Popular Horizontal APH- é um fórum, criado em Belo Horizonte, mediante as manifestações que tomaram a cidade e todo o país em Junho deste ano. Ela surgiu da necessidade dos manifestantes em construir um espaço de discussão espontâneo, aberto e horizontal que englobasse todas as vozes das manifestações para juntos, e coordenadamente, obter resultados.
Com o passar do tempo, muitos foram os aprendizados obtidos pelos frequentadores da APH. O primeiro, que deveria ter número limite para falas e tempo para terminar cada pauta. Foi também após muitas assembleias que se decidiu criar uma comissão de metodologia, que pensaria antes a pauta e que coordenaria as falas. Ou seja, se antes a assembleia durava horas discutindo qual seria a pauta de discussão, sem número limite de falas e tempo para os encaminhamentos, hoje a assembleia tem sua pauta definida antes e o tempo otimizado, o que propicia melhores encaminhamentos. Após quase dois meses de sua criação, a Assembleia Popular também sofre um processo de esvaziamento. Enquanto na primeira havia mais de mil pessoas, na última havia vinte.
Na imagem ao lado, um retrato de uma votação em uma sessão da APH durante a ocupação da câmara de vereadores. A estudante de história da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais, Firmínia Rodrigues, que participa da APH desde sua criação e mesmo após o esvaziamento desse fórum continua participando das sessões, conta sua experiência com a Assembleia Popular:
A Assembleia Popular Horizontal hoje cumpre um papel de aglutinar os ativistas e as lutas em Belo Horizonte. Ela surge após as manifestações de junho como forma de organizar as pessoas que foram ás ruas para reivindicar seus direitos. No início as assembleias eram bem cheias, mas não podemos negar que hoje há um esvaziamento, quando comparado ao início. Mas de nenhuma forma a qualidade das assembleias reduziu. A APH organizou e articulou a ocupação da Câmara Municipal em julho, a ocupação da Prefeitura de Belo Horizonte e outros atos que ocorreram, como as paralisações de 11 de julho e 30 de agosto. Com certeza, a efetivação desses atos teve maior qualidade pela unidade entre diversos setores e grupos políticos presentes na APH e por simbolizar uma nova forma de realizar ações políticas. Hoje a APH é uma referência para os ativistas e Movimentos Sociais de Belo Horizonte. Sem dúvidas é um espaço em que há um diálogo entre variados grupos políticos e ativistas independentes na construção de pautas comuns. Essa unidade tem uma importância inegável para a cidade e tende a ser longa e duradoura.
Comunicação tem limite!
Um mecanismo de diálogo criado logo na primeira sessão da Assembleia Popular e que já se modificou bastante desde a sua criação, com troca de membros etc, é a Comissão de Comunicação. Sua principal forma de mobilização popular é o facebook. Na página Assembleia Popular Horizontal :: BH (https://www.facebook.com/AssembleiaPopularBH?fref=ts), as sessões da APH são divulgadas, assim como as reuniões dos diversos Grupos de Trabalho GTs- e as atividades encaminhadas pelas assembleias e GTs.

Através da página no facebook, tentamos entrar em contato com a Comissão, e a resposta foi: 
Evitamos entrevistas pessoais pra reafirmar a nossa horizontalidade, pois entrevistas podem passar a ideia de que há representantes ou líderes no movimento, o que não há. Temos uma sala de imprensa na Wiki (http://aphbh.wikidot.com/sala-de-imprensa) onde respondemos perguntas de repórteres e outros interessados. Publica lá a sua entrevista e respondemos, pode ser?
Não sendo satisfatório, podemos discutir nas sessões da APH como proceder, mas a princípio esse é o método. E obrigada pelo interesse na Assembleia.
 
Então, entramos na página da Wiki que tem como título Leve-me ao seu líder.  O título é parte de uma resistência à imprensa tradicional que fica explicita na descrição da página:

A imprensa tem insistido em falar com "representantes" e em criar rostos e lideranças para a APH. A estratégia padrão de identificar (ou inventar) lideranças, cooptá-las e difamá-las para dividir movimentos sociais é a mesma na grande imprensa e nos órgãos de segurança pública, e temos visto isto acontecer por todo o país há décadas. A crítica a grande mídia corporativa não pode no entanto se confundir com uma crítica aos trabalhadores da mídia, aos jornalistas, câmeras e fotógrafos que, em alguns casos, estiveram conosco nas ruas, sofrendo a mesma violenta repressão estatal que nós. São, afinal, trabalhadores, e como todos nós recebem ordens de patrões com os quais nem sempre concordam .A Sala de Imprensa da APH é nossa tentativa de lidar com isso de uma forma que seja coerente com a transparência radical e a horizontalidade que propomos.

Sendo assim, depositamos as perguntas na página e concomitante a isso, Izabella foi a uma sessão da APH, conversou com um membro da Comissão de Comunicação sobre o assunto e pediu que respondesse as nossas questões depositadas na página, como combinado. Mas após duas semanas, não recebemos respostas.

Não cabe neste momento do projeto e do contexto político e social qual se encontra a Assembleia Popular, tirarmos conclusões. Explicitamos aqui os fatos (por isso tantas aspas), em uma primeira tentativa de entender: que fenômeno é esse? Que crise é esta entre os ativistas e o jornalismo tradicional? Como lidar e aprender com esse processo? Não existem respostas prontas.