quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Quadrinhos Independentes em Belo Horizonte - Relatório final

Na terceira e última parte de nosso trabalho, continuamos buscando por entrevistas com os nomes mais relevantes da cena independente de BH. Nesse meio tempo, nos deparamos um impecílio: Belo Horizonte cedia o maior festival de quadrinhos da América Latina, o FIQ, e todos os nossos possíveis intrevistados estavam profundamente envolvidos em preparativos para o evento. Dessa forma, conseguimos entrevistar apenas Ricardo Tokumoto, responsável pelo site RYOTiras.

Aproveitamos a realização do FIQ para também estar em contato com uma diversidade enorme de autores, quadrinistas e entusiastas. Grandes nomes da cena independente nacional estiveram presentes no evento, assim como figuras carimbadas, como o cartunista Laerte, homenagedo dessa edição do Festival. Não conseguimos, no entanto, gravar nenhuma entrevista no local, devido a falta de um equipamento de captação de som adequado ao ambiente ruidoso.

Resultado final:

Como haviamos proposto desde o início, todas as entrevistas realizadas pelo grupo foram registradas. Ao longo das postagens, liberamos pequenos trechos selecionados das falas de cada um e agora, com o fim do projeto, disponibilizamos a edição completa de cada uma delas:

Márcio dos Santos Rodrigues


Daniel Werneck
 
Ricardo Tokumoto


Como foi projetos?

Durante o presente semestre nos propusemos a entender e delinear a cena de quadrinhos independentes em Belo Horizonte. Tínhamos, como ponto de partida, uma imagem de Belo Horizonte como um polo diferenciado na produção de quadrinhos independentes, imagem essa que poderia ser verídica ou não: estavamos dispostas a construir ou desconstruir essa percepção.

Fica agora o relato individual de cada integrante do grupo da experiência do projeto:

“Quadrinhos Independentes em Beagá” não foi apenas um projeto BII. De certa forma, me ajudou a traçar o meu percurso profissional daqui em diante, ainda mais em um semestre em que eu já não tinha mais certeza se Comunicação Social era realmente o que eu queria. Conseguir reunir três áreas de interesse - vídeo, entrevistas e quadrinhos - em uma única proposta se tornou praticamente uma segunda chance aos quarenta e cinco do segundo tempo. Ainda assim, nem tudo correu exatamente do jeito que gostaríamos. Fazer bons vídeos dá trabalho, exige tempo e bons equipamentos. B II foi a primeira parte de um projeto que pode, e se tudo der certo, vai se tornar algo ainda maior. O assunto ainda é carente de pesquisa e documentação, mas tem visto sua importância crescer cada vez mais, não apenas por influência do FIQ, por exemplo. E ao contrário de ambientes em que os artistas já estão instalados em patamares quase sobre-humanos, as pessoas estavam mais do que dispostas a ajudar. A cena pode até conter certas disputas internas, mas em geral é formada por pessoas que querem fazer aquilo dar certo e estão trabalhando para isso. Isso se torna claro para quem é de fora. - Luísa Teixeira

Encarei a proposta de Projetos BII como um desafio pessoal: a produção audiovisual nunca foi um grande atrativo para mim dentro da área de comunicação e está longe de ser o meu forte. Me surpreendi com a afinidade que adquiri ao longo do trabalho e descobri que gosto bastante da área de edição, tanto de áudio quanto de vídeo. Realizar entrevistas, que é um aspecto tão importante do jornalismo, também não era uma facilidade minha, muitas vezes por timidez. Apesar de não termos realizados quantas entrevistas gostaríamos, as poucas que fizemos - talvez pelos entrevistados terem sido muito colaborativos e receptivos -, me soltaram mais e descobri nas entrevistas um trabalho que gostei muito. Mesmo fazendo contatos, não foi fácil realizarmos o proposto devido a proximidade de um grande festival - que foi o FIQ, uma experiência que também foi muito boa - e o grande tempo tomado por edição e seleção dos materiais produzidos. Poder pesquisar mais e conhecer tanto o público que produz quanto o que consume quadrinhos foi uma experiência muito interessante pois nos deparamos com muitas pessoas dispostas a falar e ajudar o projeto. Ainda que o resultado não tenha sido o esperado - na nossa cabeça, faríamos mais dezenas de entrevistas e teriamos tempo suficiente para editá-las, tornando-as em um bom conteúdo audiovisual -, fiquei muito satisfeita com o resultado e aprendi bem mais do que esperava com o trabalho. Não possuir um equipamento adequado também foi um desafio, mas acredito que nos saímos bem com o que pudemos utilizar. Pretendo dar continuidade na produção audiovisual sobre o tema, seja tornando-o um projeto pessoal ou até mesmo um trabalho de conclusão de curso. - Nina Rocha

Quando começamos o projeto, eu era a única que não conhecia nada sobre o tema. No início fiquei insegura quando ao meu envolvimento, já que parecia que as meninas tomavam todas as atitudes por já terem conhecimento prévio e contatos com quadrinistas e profissionais da área. Cheguei a ficar insatisfeita com a escolha, quando vi que não conseguia contribuir da forma como achei que deveria. Com o andamento do trabalho, comecei a me envolver mais com o universo dos quadrinhos. Comcei a ler e acompanhar os blogs de quadrinistas independentes, e principalmente, me interessar mais sobre o tema. Desconstrui alguns esteriótipos que, mesmo inconcientemente, eu mantinha sobre o universo dos quadrinhos e garanto que daqui para frente acompanharei com mais afinco cena independente de BH. Não posso dizer que o trabalho me fez uma especialista no assunto ou me mostrou um caminho profissional a seguir, mas foi algo prazeroso e interessante de fazer. O fato de produzir um conteúdo audiovisual também foi muito interessante, já que já se aproxima mais da área que me interessa profissionalmente. Confesso que foi um pouco frustrante a falta de um equipamento ou de maiores conhecimentos na área de edição, mas isso também me apontou uma defasagem em minha formação que pretendo contornar o mais rápido possível. No fim, faço um balanço extremamente positivo do projeto. – Luiza Lambert

6 comentários:

  1. Achei legal vocês finalizarem com esse balanço final de cada uma. Apesar de ser um trabalho em grupo, as visões e perspectivas sobre o desenvolvimento e resultado sempre serão distintas, como pudemos ver nos depoimentos. É meio frustrante quando criamos na nossa cabeça a imagem de um trabalho super elaborado e no fim acaba não ficando igual, ainda mais quando isso acontece por limitações de equipamentos. Mas acho que vocês conseguiram contornar bem isso e produzir um conteúdo audiovisual interessante. Boa sorte na continuidade do projeto então, meninas.

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  2. Meninas curti muito o trabalho, vocês conseguiram trazer um pouco do antecampo dos quadrinhos para para a gente , e ainda mandaram muito bem contornando as dificuldades com o audiovisual,uma linguagem muito rica na comunicação mais que exige além de certo domínio técnico , equipamentos que nem sempre estão tão acessíveis como poderiam estar, isso pensando que no nosso curso a inserção da prática audiovisual poderia ser mais explorada, por isso valorizei muito a iniciativa de terem bancado essa ideia , mesmo com as dificuldades impostas. Parabéns e sucesso nos próximos projetos.
    Abrs.

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  3. Sempre me interessei pelo mundo dos quadrinhos, mas nunca me aprofundei no tema. Poder acompanhar com vocês um pouco mais do ercado e dos bastidores das HQs foi ótimo. Parabéns pelo projeto!

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  4. Gostei muito do trabalho de vocês e realmente foi legal ler as postagens para conhecer melhor o mercado de HQs em Belo Horizonte. Acredito que ainda existam muitos talentos a serem descobertos, porque acredito que existam cartunistas talentosos não somente na capital como em todo o estado.

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  5. Ótimo vocês terem utilizado os vídeos. Assim quem tem mais interesse pode ver toda a entrevista e a postagem não fica gigante. Vocês devem ter se divertido no FIQ, pena que não pude ir. Parabéns para vocês.

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  6. Muito bom , como outras pessoas comentaram aqui eu também sempre me interessei pelo universo dos quadrinhos mas nunca me aprofundei no tema e acompanhar esse projeto foi muito bacana.

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