quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Tarifa Zero é mais... #3


A partir das análises apontadas pelos colegas de turma e pelo professor nos últimos encontros presenciais, focamos nossa abordagem dessa postagem no Grupo de Trabalho (GT) de mobilidade urbana, criado na Assembleia Popular Horizontal, junto com outros sete GTs. São eles: educação, saúde, moradia, meio ambiente, desmilitarização da PM, direitos humanos e reforma polícia.

Dentre eles, apenas um permanece articulado após quatro meses de sua criação. O GT de Mobilidade Urbana. As reuniões acontecem às terças-feiras, às 19h, na faculdade de arquitetura e urbanismo da UFMG. Nelas, atualmente costumam aparecer de 20 a 30 pessoas, organizadas em partidos políticos e coletivos, ou não. Essa articulação que começou polêmica a respeito de qual temática tocar, hoje tem uma campanha clara: Tarifa Zero.

A definição descrita no blog do grupo por Tarifa Zero é “uma proposta de mudança na forma de financiamento do transporte coletivo, que extingue a cobrança do usuário no momento do uso. Hoje o sistema de ônibus é bancado por quem passa na catraca, mas ele beneficia toda a população. A premissa do projeto é que o transporte é um direito social e como tal deve ser financiado por toda a sociedade, assim como a Educação, Saúde, Segurança e Iluminação Pública”.  Esse é o projeto que já foi entregue na câmara municipal de Belo Horizonte como um projeto de lei de iniciativa popular. Esse projeto foi acompanhado de uma grande campanha de popularização do projeto com cartazes, camisas e bótons por todos os lados: TARIFA ZERO É MAIS – mostrando como o projeto melhora a segurança, o comércio, a rapidez no trânsito etc.

A campanha tem se desdobrado. O lançamento foi no dia 21 de setembro, em frente à prefeitura de BH: uma ocupação na Avenida Afonso Pena com aula pública sobre o projeto. No dia seguinte, 22 de setembro, foi um evento cultural na cidade com a temática #ocupação Tarifa Zero. Por falar em evento cultural, no dia 03 de outubro, na reestreia do Duelo de MC’s em BH, o tema do duelo foi Tarifa Zero e os participantes fizeram rimas obrigatoriamente com o termo “catraca”, “pulão”, “direito” e “acesso”.  O último evento que participaram foi a virada cultural da UFMG, com uma banquinha de venda de camisas e bótons do Tarifa Zero.




...é mais articulação

Para Juliana Rocha, estudante de Veterinária da UFMG e membra do GT de mobilidade urbana desde sua criação, o fato dele ser o único que ainda se articula não é porque esse é “o escolhido”. Para ela, a articulação do GT está relacionada ao interesse das pessoas pelo tema – tendo em vista o transporte caótico de BH. Outro elemento apontado pela estudante é o fato de o GT ter deliberado por uma campanha concreta que é a campanha Tarifa Zero. Diz Juliana que ter algo concreto para se mobilizar e conquistar é um fator determinante para que as pessoas continuem em movimento.
Não são incomuns reclamações sobre as contradições do trânsito caótico, os transportes públicos lotados e o preço alto das passagens. Não à toa, a mobilização popular que levou milhões às ruas em Junho deste ano teve seu início em um ato de insatisfação com o transporte público: ato pelo Passe-Livre, em São Paulo.  Essa justa causa encontrou apoio na população de todo o país, que insatisfeitas com a condição dos transportes e com a “contribuição” feita pela desmesurada repressão sofrida pelos manifestantes em SP, pegou seus cartazes e saíram também às ruas – a princípio com atos de solidariedade aos manifestantes de SP, depois com suas próprias bandeiras.

Conclusão

Ao fazer o esforço de pensar o porquê do sucesso desse GT, e para isso considerando o contato que tivemos com  participantes ativos em suas reuniões e ações, além do acompanhamento que fizemos, entendemos que é um encadeamento de aspectos.
Um site bem resolvido e articulado com as atividades propostas pelo grupo, a existência de um objetivo claro e único, além de muito bem informado, uma identidade visual marcante e o momento histórico pelo qual passamos são alguns dos aspectos que levantamos. Também foi muito importante a ligação em termos de proposta com o Movimento Passe Livre, o qual ao se tornar muito conhecido com todo o desdobrar das jornadas de junho fez com que a pauta transporte urbano entrasse na agenda pública, assim como permitiu que as pessoas tivessem acesso às ideias que perpassam a reivindicação da tarifa zero no transporte público.


Por fim, as diferentes formas de engajamento e vínculos com o movimento, possibilitados por aquilo que o grupo temático se propôs a fazer, acarretaram com que esse GT tenha sido o único que conseguiu dar sequência de modo eficaz e continuado aos seus trabalhos. Como exemplo disso temos que qualquer um poderia imprimir em sua casa uma folha de assinatura, a qual servia para coletar o nome de pessoas que queriam viabilizar por meio de assinaturas um projeto de lei de iniciativa popular que foi elaborado pelo grupo, e ir atrás de interessados.

5 comentários:

  1. Ola, meninos! O projeto de vocês foi muito legal! Em relação ao sucesso desse GT, concordo com os pontos que vocês levantaram. A identidade visual do Tarifa Zero é muito forte e tem sido muito presente em Belo Horizonte. Além disso, me parece que os componentes desse grupo são bem articulados e mantem uma periodicidade de suas ações e reuniões, ponto que é importante para que haja uma continuidade no trabalho e na luta, certo? No mais, parabéns pela pesquisa!

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  2. Oi gente ! Concordo com á Adélia, curti muito a projeto de vocês, e penso que além da identidade e articulação do GT ,o fato do transito realmente caótico de Belo Horizonte , ainda mais com advento das obras de " mobilidade" , são mais que motivos para legitimar a proposta do Tarifa Zero.
    Parabéns pelo trabalho!
    Abrs.

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  3. O tema de vocês foi bem legal, gente. Achei interessante a ideia de tentar exercer um novo olhar sobre uma área de interesse e acompanhar mesmo o processo da articulação de esforços. Parabéns!

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  4. Muito bom compreender melhor a proposta do Tarifa Zero, nao sabia que “uma proposta de mudança na forma de financiamento do transporte coletivo, que extingue a cobrança do usuário no momento do uso. Hoje o sistema de ônibus é bancado por quem passa na catraca, mas ele beneficia toda a população. A premissa do projeto é que o transporte é um direito social e como tal deve ser financiado por toda a sociedade, assim como a Educação, Saúde, Segurança e Iluminação Pública”.
    Acredito que trabalhar com temas polêmicos e que envolvem a participação do cidadão na cidade é de suma importância nao só para a formação, mas também para buscar nossos direitos de forma efetiva. E para se fazer isso, antes de tudo, é preciso conhecer e estudar.

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  5. O trabalho ficou muito bom e o tema é bem contemporâneo levando-se em conta as transformações da juventude atual e sua visão crítica à sociedade. Acredito que foi possível observar e estudar com profundidade os ideias da nova juventude. Parabéns pelo projeto!

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