A partir das análises apontadas pelos colegas de turma e
pelo professor nos últimos encontros presenciais, focamos nossa abordagem dessa
postagem no Grupo de Trabalho (GT) de mobilidade urbana, criado na Assembleia
Popular Horizontal, junto com outros sete GTs. São eles: educação, saúde,
moradia, meio ambiente, desmilitarização da PM, direitos humanos e reforma
polícia.
Dentre eles, apenas um permanece articulado após quatro
meses de sua criação. O GT de Mobilidade Urbana. As reuniões acontecem às
terças-feiras, às 19h, na faculdade de arquitetura e urbanismo da UFMG. Nelas,
atualmente costumam aparecer de 20 a 30 pessoas, organizadas em partidos
políticos e coletivos, ou não. Essa articulação que começou polêmica a respeito
de qual temática tocar, hoje tem uma campanha clara: Tarifa Zero.
A definição descrita no blog do grupo por Tarifa Zero é “uma proposta de mudança na forma de
financiamento do transporte coletivo, que extingue a cobrança do usuário no
momento do uso. Hoje o sistema de ônibus é bancado por quem passa na catraca,
mas ele beneficia toda a população. A premissa do projeto é que o transporte é
um direito social e como tal deve ser financiado por toda a sociedade, assim
como a Educação, Saúde, Segurança e Iluminação Pública”. Esse é o projeto que já foi entregue na
câmara municipal de Belo Horizonte como um projeto de lei de iniciativa
popular. Esse projeto foi acompanhado de uma grande campanha de popularização
do projeto com cartazes, camisas e bótons por todos os lados: TARIFA ZERO É
MAIS – mostrando como o projeto melhora a segurança, o comércio, a rapidez no
trânsito etc.
A campanha tem se desdobrado. O lançamento foi no dia 21 de
setembro, em frente à prefeitura de BH: uma ocupação na Avenida Afonso Pena com
aula pública sobre o projeto. No dia seguinte, 22 de setembro, foi um evento
cultural na cidade com a temática #ocupação Tarifa Zero. Por falar em evento
cultural, no dia 03 de outubro, na reestreia do Duelo de MC’s em BH, o tema do
duelo foi Tarifa Zero e os participantes fizeram rimas obrigatoriamente com o
termo “catraca”, “pulão”, “direito” e “acesso”.
O último evento que participaram foi a virada cultural da UFMG, com uma
banquinha de venda de camisas e bótons do Tarifa Zero.
...é mais articulação
Para Juliana Rocha, estudante de Veterinária da UFMG e membra
do GT de mobilidade urbana desde sua criação, o fato dele ser o único que ainda
se articula não é porque esse é “o escolhido”. Para ela, a articulação do GT
está relacionada ao interesse das pessoas pelo tema – tendo em vista o
transporte caótico de BH. Outro elemento apontado pela estudante é o fato de o GT
ter deliberado por uma campanha concreta que é a campanha Tarifa Zero. Diz
Juliana que ter algo concreto para se mobilizar e conquistar é um fator
determinante para que as pessoas continuem em movimento.
Não são incomuns reclamações sobre as contradições do
trânsito caótico, os transportes públicos lotados e o preço alto das passagens.
Não à toa, a mobilização popular que levou milhões às ruas em Junho deste ano
teve seu início em um ato de insatisfação com o transporte público: ato pelo
Passe-Livre, em São Paulo. Essa justa
causa encontrou apoio na população de todo o país, que insatisfeitas com a
condição dos transportes e com a “contribuição” feita pela desmesurada repressão
sofrida pelos manifestantes em SP, pegou seus cartazes e saíram também às ruas
– a princípio com atos de solidariedade aos manifestantes de SP, depois com
suas próprias bandeiras.
Conclusão
Ao fazer o esforço de pensar o porquê do sucesso desse GT, e
para isso considerando o contato que tivemos com participantes ativos em suas reuniões e
ações, além do acompanhamento que fizemos, entendemos que é um encadeamento de
aspectos.
Um site bem resolvido e articulado com as atividades
propostas pelo grupo, a existência de um objetivo claro e único, além de muito
bem informado, uma identidade visual marcante e o momento histórico pelo qual
passamos são alguns dos aspectos que levantamos. Também foi muito importante a
ligação em termos de proposta com o Movimento Passe Livre, o qual ao se tornar
muito conhecido com todo o desdobrar das jornadas de junho fez com que a pauta
transporte urbano entrasse na agenda pública, assim como permitiu que as
pessoas tivessem acesso às ideias que perpassam a reivindicação da tarifa zero
no transporte público.
Por fim, as diferentes formas de engajamento e vínculos com o
movimento, possibilitados por aquilo que o grupo temático se propôs a fazer,
acarretaram com que esse GT tenha sido o único que conseguiu dar sequência de
modo eficaz e continuado aos seus trabalhos. Como exemplo disso temos que
qualquer um poderia imprimir em sua casa uma folha de assinatura, a qual servia
para coletar o nome de pessoas que queriam viabilizar por meio de assinaturas
um projeto de lei de iniciativa popular que foi elaborado pelo grupo, e ir
atrás de interessados.
Ola, meninos! O projeto de vocês foi muito legal! Em relação ao sucesso desse GT, concordo com os pontos que vocês levantaram. A identidade visual do Tarifa Zero é muito forte e tem sido muito presente em Belo Horizonte. Além disso, me parece que os componentes desse grupo são bem articulados e mantem uma periodicidade de suas ações e reuniões, ponto que é importante para que haja uma continuidade no trabalho e na luta, certo? No mais, parabéns pela pesquisa!
ResponderExcluirOi gente ! Concordo com á Adélia, curti muito a projeto de vocês, e penso que além da identidade e articulação do GT ,o fato do transito realmente caótico de Belo Horizonte , ainda mais com advento das obras de " mobilidade" , são mais que motivos para legitimar a proposta do Tarifa Zero.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!
Abrs.
O tema de vocês foi bem legal, gente. Achei interessante a ideia de tentar exercer um novo olhar sobre uma área de interesse e acompanhar mesmo o processo da articulação de esforços. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom compreender melhor a proposta do Tarifa Zero, nao sabia que “uma proposta de mudança na forma de financiamento do transporte coletivo, que extingue a cobrança do usuário no momento do uso. Hoje o sistema de ônibus é bancado por quem passa na catraca, mas ele beneficia toda a população. A premissa do projeto é que o transporte é um direito social e como tal deve ser financiado por toda a sociedade, assim como a Educação, Saúde, Segurança e Iluminação Pública”.
ResponderExcluirAcredito que trabalhar com temas polêmicos e que envolvem a participação do cidadão na cidade é de suma importância nao só para a formação, mas também para buscar nossos direitos de forma efetiva. E para se fazer isso, antes de tudo, é preciso conhecer e estudar.
O trabalho ficou muito bom e o tema é bem contemporâneo levando-se em conta as transformações da juventude atual e sua visão crítica à sociedade. Acredito que foi possível observar e estudar com profundidade os ideias da nova juventude. Parabéns pelo projeto!
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